sábado, 27 de março de 2010

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Queridos amigos acessem ao blog de um amigo professor
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sábado, 13 de março de 2010

Direitos Humanos

Direitos humanos
É uma expressão moderna, mas seu princípio tão antigo como a humanidade. Os direitos à vida, à igualdade, à dignidade e a liberdade do ser humano são fundamentais para sua existência e desenvolvimento de sua personalidade. É o conjunto de condições e de possibilidades adquiridos no processo histórico de civilização da humanidade, associados à capacidade natural de cada pessoa em se organizar socialmente, são fundamentais porque sem eles não seria possível existir, desenvolver e participar plenamente da vida, todos os seres humanos devem ter estes direitos assegurados desde o nascimento. São universais, independem de fronteiras e leis nacionais.
Pensando em direitos humanos me veio à mente uma entrevista do ator Dan Stulbach no programa do Jô Soares, onde ele fez um breve relato sobre a história de sua família. A parte que mais me chamou a atenção foi quando ele relembra a história do avô na Segunda Guerra Mundial, na qual ficou dois anos e meio, escondido no sótão da fábrica onde antes trabalhava. O ano é 1945. Na Cracóvia, na Polônia, um grupo de dezesseis pessoas foge dos nazistas e se esconde num sótão. Um deles é Edward Stulbach, que junto com sua mulher, tem que ficar constantemente abaixado no espaço de um metro de altura. Mas esse não é seu único problema: antes de ir para o esconderijo, o casal teve que deixar o filho recém nascido, Josef, com uma família católica e foi avisado que a criança passava fome. A única solução: trazer o bebê para o abrigo e correr o risco de ser pego por oficiais de Hitler. O dono da casa onde estavam escondidos oferece para fazê-lo, mas só se todos concordassem. Afinal, é mais uma boca para alimentar. Por 9 a 7 votos, o “sim” vence. O homem volta com um saco na mão e, ao abri-lo, lá está um bebê, chorando.
Essa história não só realmente aconteceu como a criança resgatada é o pai do ator Dan Stulbach que revive o drama de guerra em “Tempos de Paz”, filme de Daniel Filho. Estes com a graça de Deus têm histórias para contar e os direitos humanos de outras famílias que foram extintas?
O que podemos concluir sobre este acontecimento é que quantas famílias sofreram passando por estas e outras condições muito piores, por conta da mente humana que foi e ainda é capaz de dominar o mundo influenciando pessoas, através de práticas impensáveis e é, portanto fundamental que como educadores tenhamos consciência dos direitos humanos em sua essência para contribuir na formação de seres humanos que prezem pela liberdade, igualdade e solidariedade.
Elvira Rizzo

terça-feira, 2 de março de 2010

Educação na Diversidade e Cidadania


Olhar e não ver é uma prática inadmissível na atualidade. Olhar ao redor e contemplar a riqueza cultural em que vivemos. Junto dessa diversidade, temos um grande desafio: a necessidade de levar a noção da importância e prática da igualdade em toda a sociedade.
Igualdade respeitando não só ao “próximo” ou seu “semelhante” mas sim as diferenças. Igualdade sobrepondo-se ao preconceito, a intolerância e ao racismo.
Responsabilidade essa que é de toda a sociedade, em especial dos educadores. Mas educar pela diferença, reconhecendo, valorizando e respeitando-a, não é algo fácil. Penso que é uma tarefa muito complexa que requer a colaboração de todos nós como integrantes da sociedade e exige dos educadores a reflexão e o conhecimento sobre as particularidades de diversos grupos sociais.
Ao refletirmos sobre alguns problemas do nosso sistema escolar como repetência, evasão de alunos antes da conclusão dos estudos, conflitos e violência na escola, por exemplo, muitas vezes deixamos de levar em consideração que a educação escolar vem sendo utilizada desde o início da história da educação no Brasil para a imposição de valores, formas de pensamentos, costumes e formas de produção da vida material dos colonizadores europeus sobre as populações naturais das localidades, denominados índios e considerados selvagens, ou sobre os trabalhadores trazidos da África como escravos e seus descendentes, também vistos como ignorantes, irracionais e preguiçosos.
A maior dificuldade para os professores solucionarem os problemas provocados pelos preconceitos e a intolerância às diferenças é que mesmo quando honestamente não queremos pensar e tratar nossos alunos de forma preconceituosa, continuamos a acreditar na supremacia das culturas, formas de conhecimento, comportamentos e aparência apresentados pelos membros das civilizações européias. Portanto não é por acaso que os alunos que mais sofrem, atualmente, em nosso país, com a violência excludente de um sistema de ensino eurocêntrico e ainda colonizador, sejam os descendentes de índios e negros.
A educação tem a difícil tarefa de atuar em diversos papéis dentro da sociedade em “plena metamorfose”. É através da educação para a vida social, política e econômica do país que podemos “desconstruir” conceitos pré-estabelecidos em nossa sociedade. Cabe a nós profissionais da educação em conjunto com toda a sociedade trabalharmos para modificar idéias, valores e atitudes preconceituosas, discriminatórias e racistas.
Mas ainda neste panorama temos os portadores de deficiências que ao longo da história, por serem considerados diferentes vistos como inferiores, fracos fora dos padrões de uma representação de beleza, perfeição e conceito definidos. No final do século XV, na Grécia uma criança portadora de deficiência era vista como uma “aberração”, e assim exterminada, pois naquele período se valorizava a beleza física. No Cristianismo as pessoas começaram a ver essas deficiências como um dom Divino e até mesmo como punição de Deus. Muitos foram os sofrimentos para chegarmos as concepções da atualidade, mas que requer muitas mudanças no sentido de fazer valer a Declaração dos direitos Humanos e a Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) conferência mundial sobre Necessidades Especiais.
É através da educação baseada nos princípios de igualdade de oportunidades, que mediante a diversificação dos serviços educacionais de modo a entender as diferenças individuais que os educadores devem promover nas escolas a prática da cidadania respeitando a diversidade. Afinal, ninguém é igual a ninguém e nem tão diferente.


Referência

PRAXEDES, Walter Lucio de Alencar. A questão racial e a superação do eurocentrismo na educação escolar. Revista de Pedagogia Perspectivas em Educação. Ed.02- ano 01.Jan./Fev./Mar./Abr./2008
SILVÉRIO,Valter Roberto. ABRAMOWICZ,Anete. (Coordenadores-UFSCAR).Programa São Paulo:Educando pela diferença para a igualdade.p.24,2005